domingo, 14 de agosto de 2011

Pai, hoje é o seu dia. Acabei de te dizer isso por telefone, mas vou repetir por aqui: que saudade eu sinto de você! Apesar de toda a distância, apesar dos compromissos diversos da vida, de não ter tanta disponibilidade depois que formei minha nova família (escolhas envolvem alguma renúncia, pai, mas trazem também outras alegrias), da rotina diária do trabalho que massacra, apesar de tudo que acaba fazendo com que nos encontremos pouco, saiba que você me faz muita falta. Sinto falta do seu olhar acolhedor, desse jeito de não saber conversar ao telefone (jeito que eu herdei). Pai, apesar de todas as nossas diferenças (religiosas, de visão de mundo, etc.), você é, para mim, uma referência de conduta ética, de honestidade, seriedade e competência. Competência de tocar uma vida profissional com tantos bons exemplos, competência de ser um pai presente, mesmo na época que você trabalhava  tanto.  Competência de ter uma coerência de discurso e prática, que eu não tenho. Hoje eu vejo que a sua forma de controlar os meus passos, na minha adolescência, eram na verdade amor extremo e proteção. Hoje eu percebo que essa sua mania (quase irritante) de  me orientar sempre, mesmo quando eu não te peço, que parece muitas vezes invasão de privacidade, é só excesso de amor.  E ninguém pode ser acusado de amar tanto uma filha, pai. Eu sei que, em algumas situações, só a gente se entende. Esse código, de pai e filha, talvez só entenda que já passou por isso.  A gente vai continuar dando umas cabeçadas nesta vida, pai. Mas,  eu vou continuar te amando, porque amor é isso, pai: apesar das diferenças, a gente  aceita que o outro não vai mudar só para nos agradar e, ainda assim,  mantém a admiração e sente saudades um do outro. Beijos da sua filha preferida!