terça-feira, 26 de junho de 2007

Blá blá blá ... eu te amo
Em busca de alguém que goste de Lobão para ir ao show comigo, ligo pro irmão mais novo (o mesmo do episódio anterior).

- Eu: Oi, to querendo ir ao show do Lobão, ele é da sua época?
- Ele: Ah, quando eu nasci ele estava preso por porte de drogas.
- Eu: Hahahaha.
- Ele: Aceita carteirinha? Quanto custa?
- Eu: 35 reais a meia.
- Ele: Nossa, ele vai cheirar isso tudo?
- Eu: Hahaha, deixa pra lá.

Resolvi mandar torpedo pra uma amiga, também mais nova (não sei pq eu insisto nesse povo que nasceu na década de 80).

- Eu: Oi, vamos ao show do Lobão sábado? Sabe quem ele é?
- Ela: Ah, já ouvi falar ...
- Eu: Hum ...
- Ela: Se fosse o Mc Catra eu iria, eu gosto daquela música que fala que vai rolar o adultério.
- Eu: Desisti. Vou sozinha.
Apesar de preferir Lobão mais animado, numa quase overdose, balançando as madeixas que nunca foram penteadas, e saber que só vai rolar baladinha de uma versão acústica, eu vou. E que se dane essa história de que ele era inimigo das gravadoras e agora resolveu se vender. Vida longa ao rock'n'roll !

domingo, 24 de junho de 2007

Notas rápidas de um fim de semana.

Parte I
Enxaqueca, dor de dente, bicho de pé, impotência, dor de cotovelo, rinite, paixonite, alcoolismo, obesidade, depressão profunda? Banda Trilha cura! Vida longa ao rock’n’ roll!

Parte II
Queridas SFPS, eu sei que a Dublin não estava nos seus melhores dias e que o pub já teve público mais animado, mas eu me diverti horrores!

Piada da noite: meu irmão, morador do interior do ES, depois de passar num concurso público, em busca de uma tchutchuca que o aqueça nos dias frios, convida uma moçoila para sair.

Ele: oi, o que você quer comer hoje à noite?
Ela: uma carne na “tauba”.
Ele desanimado: tá bem, então nos vemos mais tarde.
Ela: busca “eu”?
Ele mais desanimado ainda: você é a Marisa Monte? Tem licença poética pra falar assim?
Ela não entendeu.
Ele desistiu.

Parte III
Chutei a dieta neste fim de semana. Minha mãe comemorou seis décadas. A orgia gastronômica familiar foi no Domus. Parabéns a ela e ao filé de haddock ao creme de champagne, com risoto grana padano que eu comi. Tudo divino!

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O inverno começa às 15:06 h desta quinta-feira. A melhor estação do ano pra dormir, ver tv, assistir um monte de dvd enrolada no edredom, reunir os amigos em casa pra comer fondue, tomar vinho, ir a pubs, subir a serra e tomar um café colonial, aproveitar os Festivais de Inverno por aí, relembrar como é bom o chocolate quente do Fritz Frida em Domingos Martins, acender a lareira, tomar mais vinho, ficar morgada no sofá, dormir com meia, tirar os agasalhos do armário, encontrar uma nota de cinquenta reais no casaco pendurado desde o último inverno, ler mais, tomar banho quente, ficar mais tempo na cama e ouvir a chuva cair lá fora.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Tem tanta gente escrevendo coisas tão legais por aí, que estou lançando a Semana dos Textos Requentados. Os créditos deste vão pras garotas que dizem ni. Prometo voltar mais inspirada semana que vem, e com texto novinho.

Clima de Aeroporto
Eu choro no cinema, no teatro, no comercial do hidratante com a menininha de sardas. Choro lendo livros, quando discuto, quando me fazem um elogio bonito. Desentupir o canal lacrimal, aqui, nunca foi problema. Imaginem, então, o que acontece dentro de um aeroporto... Oh, sim, aeroporto! Não tem lugar mais emotivo do que aquele onde descem e sobem aviões cheios de gente, sentimentos, memórias, reencontros, despedidas...

Aeroporto já foi sinônimo de glamour, o ambiente era outro, quase restrito a senhoras perfumadas e encasacadas ou executivos viajando de férias com a família. Viajar de avião era chique. Ir ao aeroporto despedir de algum parente era quase um evento, valia até colar o rosto na vidraça para ver a aeronave partir. O ritual levava tempo. Mas quem estava com pressa?Hoje em dia, bem ao contrário, todo mundo parece estar morrendo de pressa nos aeroportos. Azar, porque justo agora o pessoal que comanda os ares decidiu pôr o charme de lado e ficar bem menos romântico. E sendo que não há qualquer graça em dormir com a cabeça apoiada na mala amargando um atraso de seis horas na partida, o aeroporto rende mais enjôo de raiva do que enjôo de ansiedade.

Mas mesmo com essa aura de ódio que aterrisou nas pistas, os aeroportos ainda mostram seu espírito. Quer sentir uma lagriminha rolado bochecha abaixo em segundos? Vá lá ao desembarque internacional e finque os pés frente à porta de saída dos passageiros. Famílias ainda levam faixas e cornetas para recepcionar a adolescente que passou um ano estudando fora. Namorados ainda seguram um ramalhete de rosas para sua garota que acaba de retornar do interminável curso de inglês (de duas semanas). Crianças se balançam a espera dos pais em férias – e dos mimos do freeshop. É de fazer este coração aéreo, aqui, bombear sangue aos barris.

Porque a mulher pode ser uma bruxa a maior parte do tempo, mas quando vê surgir o marido pela porta automática, abre um sorrisão, dá passos corridinhos e o abraça pelo pescoço. Arruma-lhe a gravata, faz carinho no cabelo, pergunta se a viagem foi muito chata. Ver surgir um amigo, um parente ou a cara-metade por aquele vidro reforça qualquer relação. No desembarque doméstico acontece semelhante, mas dada a rotina de gente que trabalha muito pelo país afora, a magia se quebra um pouco. A maioria, acredite, sai pelas portas com urgência de achar um táxi – ou, pior ainda, em busca do moço que tem seu nome na plaquinha. Moços de plaquinha só recebem aperto de mão e um "legal, onde está o carro?".

Já nas áreas de embarque, eu não piso. É como visitar cemitério em Dia de Finados, um enterro só. Moleques chorando sem soltar a perna da mãe que viaja, garota se debulhando pelo rapaz que vai com os amigos pra Porto Seguro, pais que vão abanando a mão até a filha atingir o posto da Polícia Federal. É um drama, uma depressão, uma agonia. Vai ver por isso instalaram em Cumbica um belo muro na entrada do embarque. Despede no corredor mesmo, criatura, não vá chorando saudade até o raio-X de bagagem.

Não sei se é pura tolice minha, mas acho mesmo que existe um "clima de aeroporto". Vai ver são todas aquelas malas que emanam uma vibração emotiva – ou, vai ver, é algo que misturaram no cafezinho e impregnaram nas páginas de jornal da revistaria. Mas sinto no ar. Se processassem e embalassem esse clima, serviria como pó chinês, aquele que os atores usam para chorar. E não adianta vir com quiosque legais e lojinhas de imposto reduzido para aplacar nosso coração em chamas! Não adianta instalar restaurantes de porcarias gordurosas que dão felicidade, não adianta vestir as atendentes de companhia aérea com o uniforme vermelhão e litros de maquiagem! Sabemos que o nó na garganta virá, mais hora ou menos hora. Passou a cancela do estacionamento, vai rolar um muxoxo. Se não for pelos seus próprios entes queridos, que ficarão para trás ou chegarão em frente, será pelos entes queridos dos outros. As cenas assim são fortes para qualquer um. Eu que o diga.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

E pra começar bem a semana, Quintana e sua Arte de Viajar: A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo. Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali. Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Love is beautiful

Dia dos Namorados e Dia de Santo Antônio são temas afins que merecem comemoração à altura. Como normalmente o Dia dos Namorados é comemorado em alguma fila de um bom restaurante, onde casais sem reserva se amontoam esperando por uma mesa, o que faz com que a data (totalmente comercial) perca o pouco glamour que lhe resta, resolvemos inovar este ano. A comemoração foi coletiva, com uma super festa na casa de uma amiga, regada a muito vinho e com um menu de fondue impecável! Aproveitamos a véspera do Dia de Santo Antônio (que é considerado Santo casamenteiro pelo povo português, onde nasceu, e pelo povo brasileiro) e fizemos uma festa temática, com o pobre do santo virado de cabeça para baixo, pra dar uma forcinha para as moçoilas solteiras e desamparadas hehehe. Seguem as fotos.

Fotos 01 e 02: convidados animados (Bianca, Rê, Marcelo, Renata)
Foto 03: o noivo e também especialista em fondue de carne Fredão
Foto 04: a noiva em sua coreografia casamenteira
Foto 05: o Santo virado de cabeça pra baixo

Nossas festas têm ficado tão boas que será necessário lista na portaria da próxima vez hahaha. Não sei o nome de todos os convidados (fotos 01 e 02) e isso é um ótimo sinal. A turma tá aumentando. Na foto 03 nossa amiga Play Falante mostra a técnica utilizada para conquistar "nosso" super noivo e garoto Herbalife. Nanda e Lelê (à direita), foram as bailarinas contratadas e animaram o final da festa com performances interessantes que não poderão ser mostradas num blog família como este.

sábado, 9 de junho de 2007

A autoria deste texto é atribuída a tanta gente diferente, que prefiro não chutar um autor.

Felicidade Realista
De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vuitton e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares? Ter um parceiro constante não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com três parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.

domingo, 3 de junho de 2007

Retomando o tema deste blog e considerando a minha total falta de inspiração para escrever, aí vai um texto da Martha Medeiros que eu gosto muito. Boa semana!

Desconstruções
Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela vende de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso. Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo. No final, sobreviverão as boas lembranças. Mas se esta pessoa inventou um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real. Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico. Ok, é natural que, numa aproximação, a gente venda mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme. Mas isso é no começo. Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições. Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito. Quem se apaixonou por uma fantasia, tem que desconstruí-la para se desapaixonar. É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia. Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento nobre e verdadeiro não chegou a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa. A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a deixar de amá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé. (Martha Medeiros)