quarta-feira, 18 de julho de 2007

Divagando sobre o amor ...
Escrever sobre o amor é uma empreitada arriscada, vivê-lo então nem se fala. Estava lendo um texto onde Roland Barthes coloca que passada a primeira confissão, “eu te amo” não quer dizer mais nada. É na conversa que nosso verdadeiro corpo se mostra. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá ... Lembrei da Adélia Prado que disse uma vez que “erótica é a alma”. Sem o prazer da conversa, sem ação efetiva, o “eu te amo” cai no vazio, na repetição automática. Nosso trajeto amoroso costuma seguir três etapas: a 1ª é a captura da imagem do ser amado. A 2ª é uma série de encontros onde o novo casal fica maravilhado por tantas coincidências e afinidades. Nessa fase muita gente pensa que achou a tal “tampa da panela”, que daqui pra frente tudo vai ser diferente. O 3ª etapa é o conhecimento do outro como ele realmente é, a imagem que nos apaixonamos se desfaz e há a quebra da ilusão. Após a fase de paixonite aguda e cega, cheia de suspiros, é chegada a hora de pesar se os defeitos do parceiro podem ser tolerados, se existe um plano maior de construção coletiva do casal, se há flexibilidade para adaptações sem que isso gere cobranças e uma dívida emocional pra vida toda. Nada mais desgastante do que ficar abrindo o baú e jogando na cara do parceiro cobranças antigas, como se o objetivo fosse sempre ter uma carta na manga para na hora certa ganhar o jogo. Se propor a partilhar é mesmo uma tarefa de gincana. O outro precisa ser considerado parceiro de vida e não um adversário. Lembram do texto do Rubem Alves sobre relacionamentos do tipo tênis e frescobol? É por aí, relacionamento feliz é igual frescobol porque se um erra o lance, os dois perdem. Mas, se um torce para o outro vacilar para dizer “viu, eu estava com a razão”, o que se ganha é o distanciamento. Fim do game. O que vale é ter razão ou ser feliz? Boa semana!

7 comentários:

Anônimo disse...

OPS.. ESSA FOI FUNDO!
SER FELIZ SEMPRE AMIGA.. MAS SEMPRE COM UM POUCO DE RAZÃO.. RSSRSRRSSRSRRSS.. SEI LA.. FAZ TNTO TEMPO QUE NAO PASSO POR ESSAS FASES.. QUE NEM SEI MAIS COMO É AMAR.. RSRSRS..

Anônimo disse...

Muito bom esse texto!!!
Nada de torcer pro outro vacilar só pra dizermos a velha frase:"viu, eu estava com a razão!!!O QUE IMPORTA É SER FELIZ SEMPRE!!!!
Bjus.Magda!

Anônimo disse...

Ei amiga linda!

Muito bom o texto!!! Apesar de ser dolorido os desencontros dos relacionamentos, continuo acreditando que meu "princípe encantado" vai aparecer!

Espero, ao menos, com esses desencontros, adquirir muito conhecimento! Acho melhor guardar dessa forma, senão nos magoamos muito.

P.s. acho que filosofei hehe

Beijão,
Tia Bibi

Renata disse...

Querida.....I'm sorry, mas príncipe encantado só existe no primeiro mês hehehe. Gente com defeito é muito melhor que príncipe!!! rs... Bjss.

Anônimo disse...

Não rola nem um "Encantado" na versão Shrek?

Eu desisti, a muito, do "encantado". Acho que, na verdade, nunca tive ilusão de encontrá-lo. Mas, como acredito no amor (ainda consigo! estou impressionada comigo mesma), quero um homem muito real, que tenha defeitos como eu, mas que seja "meu número" (= a quem eu admire e respeite), aceitando o jeito eventualmente implicante, ranzinza, ou mesmo cheio de manias...ninguém é perfeito, muito menos eu, e não almejo ter mais do que dou ou do que sou.
O que resume minha visão de sucesso, desde muito nova, é uma família completa: pais, filhos, dinheiro p/ pagar, ainda que apertado, as contas do mês e, quem sabe, numa casa com cachorros no quintal. Só que minha posição mudou com o passar dos anos, que outrora eu queria estar na parte "filhos", hj quero estar na parte "pais".
Será que algum dia estarei nessa tão esperada posição de sucesso?

Acho que hj eu não estou legal p/ escrever (será q algum dia estive?).

bjs
Magali

Anônimo disse...

Querida, guerreira do jeito que vc é, merece alguém quem te admire e muito! Sou sua fã. Se quiser uma ajudinha pra tentar ficar legal, chame as amigas pra um happy. Pelo menos 1 hora sem pensar em problemas. Beijocas!

Maria disse...

No amor não existe razão, existe cessão e felicidade.
Em outros âmbitos a felicidade pode estar em ter razão, mas não me levem em consideração: já passei do primeiro mês e continuo acreditando em príncipe encantado...quem sabe quando eu voltar de Far Far Away?

Boa semana