domingo, 25 de setembro de 2011

 Diário de Bordo -  parte 1:Paris, cheia de sensações

Foi minha segunda vez na cidade, mas posso considerar que só agora conheci Paris de verdade. A primeira ida foi com meu irmão, em 1997, quando passamos apenas um final de semana. Passar só dois dias em Paris é uma falta de respeito com a cidade. Vá e fique sete, nove dias (como eu fiz agora), duas semanas e você sempre terá o que fazer.
-
Foram dias de muita diversão. Andanças na Champs Elysées, uma subidinha pelas escadarias do Arco do Triunfo, um por do sol divino no Jardin des Tuileries, uma voltinha no Louvre (passar uma tarde dentro desse museu lindo e enooorme, é só uma voltinha mesmo), uma visão da Torre Eiffel, esparramada nos jardins em frente à torre. Acredite, isso tudo é muito bom, mas o óbvio turístico é muito menos do que a cidade pode oferecer de bacana. Por isso tem que ir com tempo, pra andar sem pressa, e curtir cada pedacinho.
-
Usamos o guia Gallimard, que foi traduzido pela Publifolha. Excelente. Testei vários restaurantes indicados, e as indicações não são em locais óbvios e não ficam em áreas turísticas. Você precisa ter a curiosidade para andar, se afastar e achar o lugar indicado. Ficamos perdidos por algum tempo até encontrar o restaurante Olio, Pane e Vino, que fica na rua Coquillière. Fomos muitíssimo bem atendidos. O menu é reduzido a poucos pratos por dia, tudo muito gostoso.

Aliás, meu foco foi gastronômico nesta viagem. Comprei muitos azeites (aromatizados, trufados), vinhos, pimenta do reino, flor de sal, patês, enfim, uma festa de sabores. Para comprar tudo isso, uma ótima indicação é a linda loja Fauchon, na Place de La Madeleine. Sem contar nos macarrons, que não podiam ser trazidos para casa, porque a textura de um macarron fresco é o segredo deste doce tão gostoso. Super recomendo a Doceria Angelina, na Rua de Rivoli e a Maison du Chocolat.
-
A única ressalva que faço ao guia utilizado é que, no verão, alguns restaurantes indicados fecham, exatamente por não estarem em uma região turística. Não sabíamos disso e demos com a cara na porta do Le Relais de L’Entrecote, super tradicional que oferece apenas um prato.

O marido se esbaldou nas lojas de instrumentos musicais, no bairro de Pigalle, nos arredores do hotel. Por falar em localização, nossa grande surpresa foi com a localização do nosso hotel Íbis, em Montmartre. A parte alta do bairro é no estilo do bairro de Santa Tereza, aqui no Rio. Muito boêmio, muito charmoso, tem bondinho, muito fofo.
 -
Amei o bairro judeu, Marais. Muitas galerias de arte, parques, lojas bacanas e muiiitos restaurantes. Segui as dicas da Alessandra Blanco, que escreve pro Comidinhas, e fomos atrás do melhor fallafel do Marais. Pra quem não sabe, falafel é um bolinho de grão de bico frito, consumido no pão árabe, com homus e tahine, acompanhado de salada.  Se é o melhor eu não sei, porque não comi outros, mas a indicação foi deliciosa. O L’as du Fallafel, na rua dês Rosiers, é bem concorrido. Existe uma fila no balcão que atende a rua, mas também é possível comer sentado dentro do restaurante.
-
Também destaco o Quartier Latin. Encontramos um amigo brasileiro, que toca piano e está morando em Paris, que nos levou para comer crepe. Gostamos tanto do bairro que voltamos no dia seguinte, para jantar. Estou viciada em pato, mas do jeito que os franceses fazem, macio, desmanchando na boca. Comi confit de canard duas vezes, em restaurante bacana e em boteco e todos foram ótimos.
-
Para a hora de fazer aquelas comprinhas, tão sagradas no universo feminino, nada enche mais os olhos em Paris que a Galeria Lafayette. No meio de tanta grife bacana, tem sempre aquela super promo que não foge aos olhos femininos. Comprei vestidos, jaqueta, maquiagem, ameiii!!! Ok, também fiz minha fezinha na cidade luz e percorri algumas igrejas obrigatórias: Notre Dame, Sacre Coeur, igreja de Montmartre, Capela da Medalha Milagrosa (essa é afastada, na rua du Bac, mas vale a pena).
-
Valeu a pena ter aprendido um mínimo de francês antes de ir. Fica muito mais fácil se aproximar e a boa vontade aumenta, na hora de receber alguma informação. O metrô ainda é a melhor forma de se locomover na cidade, existem muitas linhas que atendem toda a cidade, mas o cheiro que rola nos vagões continua muito ruim. Desodorante não é um artigo muito utilizado pelos franceses e, pelo jeito, o banho continua não sendo uma prática corriqueira, mesmo no verão. Mas, isso não tira todo o encantamento que essa cidade proporciona. Quero voltar muitas e muitas vezes.

Nenhum comentário: