Meu final de semana foi musical. Contarei de trás para frente. Ontem à noite rolou o Encontro Regional de Corais da Petrobras, no Centro de Convenções de Vitória. 11 corais se apresentaram e no final eles cantaram todos juntos ( 450 pessoas!) acompanhados por uma orquestra filarmônica. Lindo!!! O ponto alto da apresentação foi Carmina Burana. E o mais engraçado foi o coral de uma refinaria cantando Rock da Cachorra. Nos intervalos, entre a saída de um coral e entrada de outro, o coral de garrafas se apresentou. Gente, coisa mais fofa, aquelas crianças tocando em garrafas pet. Mérito também do regente talentoso. Eu não esperava gostar tanto. Fui surpreendida. No final teve um coquetel 0800, onde tomei várias taças de vinho tinto. Acordar hoje não foi nada fácil.
Sábado fui presenteada com um super encontro musical: Titãs e Paralamas tocando juntos no Álvares, com o show "25 anos de Rock". Aliás, foi a terceira vez que eles tocaram juntos. Música de boa qualidade me emociona. O solo dos bateristas foi um luxo radioso de sensações. João Barone e Charles Gavin estão de parabéns. Coreografia perfeita. Durante o show me veio a seguinte dúvida: alguém já viu o Branco Mello sem óculos? Bem, mas tirando essa dúvida cruel, ainda aproveitei o final do show dos Escaranovos no Jazz Café.
O ponto comum entre o programa musical de sábado e o de domingo foi que eu ouvi Epitáfio nos dois shows. Isso deve querer me dizer alguma coisa ...
Bem, na sexta o final de semana começou com uma jogatina de master e 5 garrafas de vinho. Só consegui ter noção (no dia seguinte) da quantidade consumida pelo grupo porque eu vou guardando as rolhas. Agradecimentos especiais ao dono da casa, Claudinho, que alimentou meu vício de coxinhas de camarão com catupiry. Meu endocrino agradece ;-)))
5 comentários:
Com certeza o Baroni e o Gavin são bons bateristas de rock, não assisti a este show mas tenho o DVD, muito bom o duo de solo ! Mas ressalto que infelizmente a música no Brasil (e na grande maioria das partes do Mundo) deixou de ser Cultura para virar produto - o que não é diferente nestas duas bandas - mesmo que as citadas aqui não sejam o melhor exemplo de submição a este tópico....existem bem piores no mercado nacional! Mas o mercado mundial mostra a olhos vistos que bandas como DAVE MATTHEWS BAND (nunca tocam em rádio, os shows possuem solos enormes, letras difíceis e muitas vezes sem refrão, formação nada original - violino, violão, sopros, bateria e baixo - e mesmo assim possuem shows SOULD OUT meses antes e vendagens de discos milionárias, sem falar que lançam DVD/CD ao vivo de todas as turnês e deixam suas músicas serem baixadas - ou seja, exemplo que estão mais preocupados com a boa arte e músicas bem executadas! (existem outras bandas assim também [ex. Spock's Beard, Rush, etc).
Como exemplo gostaria de deixar uma carta do Blog Jam Session do O GLOBO:
Como jogar dinheiro fora alegremente
Recebi um e-mail de Beni Borja que achei interessante e transcrevo aqui. Beni foi baterista do Kid Abelha nos anos 80 e hoje é dono do selo Psicotrônica. Fala Beni:
"Caríssimos,
Apesar de muita gente só enxergar "produto" , música é arte.
É isso mesmo - não se espante - música é arte, como literatura, artes plásticas, teatro e dança.
Antes de existirem discos, o negócio de vender música era muito parecido com o negócio de vender quadros,esculturas, livros e ingressos para espetáculos.
O aparecimento da indústria fonográfica mudou, ao longo do finado Século XX, a maneira como se fazia dinheiro com música , a maneira como o público se relacionava com música , mas não mudou a realidade essencial de que música é arte.
Hoje, quando o negócio de vender música gravada vai numa ladeira abaixo inevitável, nós "gente da música" voltamos a ser apenas o que sempre fomos, produtores e vendedores de arte.
Durante os cinqüenta anos onde objetos circulares de shellac, vinil ou plástico passaram a conduzir o processo de vender música , aconteceu uma inversão de valores no negócio da música que hoje vem cobrar seu preço.
Damien Hirst
Assisti durante a minha vida profissional , uma crescente invasão do negócio da música por profissionais com formação e mentalidade ligada a comercialização de produtos de consumo.
Marqueteiros,agentes, comerciantes e executivos de companhias de discos passaram a acreditar que vendiam um produto industrial de consumo e que, portanto, deviam aplicar à venda de música a mesma lógica que se aplica à comercialização de pasta de dentes, salsichas ou papel higiênico.
Construiu-se a partir dessa premissa falsa um modelo de negócio doido, que ignora verdades básicas sobre a relação do consumidor com obras de arte. Hoje esse modelo dá claras demonstrações de incompetência no que deveria ser sua primeira obrigação - transformar arte em dinheiro.
Um exemplo prático da inépcia do atual modelo do negócio da música:
Esta semana o artista plástico inglês Damien Hirst vendeu num leilão na Sotheby´s a sua produção dos últimos três anos por 127 milhões de dólares.
A Madonna fechou este ano ,com grande alarde, um contrato de venda da sua produção (discos e espetáculos) com a Live Nation - 100 milhões de dólares por 10 anos de trabalho.
Ou seja, a Madonna vai precisar trabalhar dez anos para ganhar menos do que o Damien Hirst faturou em três.
Então todos os milhões que a Warner gastou ao longo de vinte anos para fazer a Madonna ser um nome reconhecido no planeta foram simplesmente dinheiro jogado fora? Afinal, quem conhece esse tal de Damien Hirst???
Só conhece Damien Hirst quem precisa conhecer. Quem gosta de arte contemporânea, quem tem interesse pelo seu trabalho.
Ahn? então? Marketing não interessa???
Claro que interessa. Marketing é fundamental. Mas marketing errado é a maneira mais eficiente de jogar dinheiro fora que existe.
Quando se aplica ao mercado das artes a lógica do marketing de produtos de consumo industrializados, joga-se dinheiro fora alegremente.
Produtos de consumo são coisas que você PRECISA comprar. Arte é uma coisa que você compra porque DESEJA.
Todo mundo precisa comprar pasta de dente. Por isso faz sentido usar veículos de massa para alcançar o maior número de consumidores possível. Porque como sabemos, na hora de escolher a pasta de dente no supermercado , muito provávelmente você vai escolher a que viu anunciada.
Com arte não é assim. Ninguém precisa comprar uma obra do Damien Hirst , acho até que a maioria das pessoas iria achar uma vaca partida ao meio de extremo mau gosto, assim como eu não iria ao show da Madonna, nem se me buscassem em casa.
Ou seja , bombardear de anúncios quem não se interessa por uma determinada obra de arte, não resulta em nenhum centavo de faturamento.
Assim como há colecionadores que pagam milhões de dólares por vacas esquartejadas , há quem deixe de comer uma semana para ir ao show da Madonna. Encontrar essas pessoas é a missão do marketing de arte.
Cá estamos no fim da primeira década do século XXI, com milhares de canais de interação com o público, em plena era do "permission marketing" e vejo um cartaz (lindo por sinal) em todos os pontos de ônibus da cidade anunciando o novo disco do meu amigo Frejat. Deve existir algum prazer que eu desconheço em jogar dinheiro fora.
abraços ,
beni"
Abs
AV
Obrigada pela colaboração, querido leitor. Discutir se música é produto ou arte é válido, mas não diminui o meu imenso prazer nos shows que eu vou e adoro (Titãs, Paralamas, Madonna, REM, etc...). E tomara que a Madonna trabalhe mais 10 anos mesmo, pra eu poder ir a muitos shows dela ainda. E quanto a discos, bem, eu raramente os compro. Bjs e volte sempre.
Nossa, tem resumo?
P.S: nao fui porque nao gosto de paralamas,mas se tiver titãs sozinhos me chama que eu vou...
Putssss....o show foi tão emocionante, que só faltou mesmo o Hebert jogar a cadeira e sair andando..rs. Gosto muito do clima de show,mês q vem tem mais...uhuuu!
mimis.
Mimis, vc é uma figura!
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