
Eu frequentemente sofro desse mal, falar sempre o que eu penso, o que me gera o título de grossa, mandona, dona da verdade. Confesso que sempre preferi ser a “grossa” do que a dissimulada, que ri na frente e fala mal por trás. Acho estranho todo esse teatro. Mas, “pensando aqui com os meus botões”, percebo que em algumas situações ficar calado é o melhor a se fazer. O mundo não precisa saber sempre que eu discordar de algo. Assim, eu não crio situações delicadas, a pessoa que está falando/contando algo não fica aborrecida, eu instalo o sorriso nº. 5, faço cara de paisagem e pronto, vamos em frente.
Meu pai me contou que, quando se mudou da Itália para o Brasil, já com 28 anos, não entendia muito bem quando encontrava um conhecido na rua e a pessoa falava na hora de se despedir: “passa lá em casa qualquer hora dessas”. Ele ia mesmo. Aqui isso nunca foi certeza que a pessoa quisesse que você realmente aparecesse na casa dela. Falar por educação não é característica do europeu. Acabei assimilando esse “falar na lata” o que me causa alguns conflitos sociais. Acho a busca do meio termo uma tarefa árdua, que deve ser perseguida diariamente. Não gostaria de me enquadrar na cultura brasileira de dizer o que não sinto, só pra não perder o amigo. Mas como diria minha terapeuta, nem tudo precisa ser dito. O silêncio, em vários momentos, tem o seu valor. Bem, vou incluir essa melhoria na minha listinha para 2008. Boa semana!
Um comentário:
Excelente o texto amiga!
Postar um comentário